SANTA CATARINA Rodovia só fica pronta em 2015

Rodovia só fica pronta em 2015, prevê estudo da Fiesc

 

Data.: 13/6/2011

Fonte.: Valor Econômico

 

 

Durante a campanha presidencial, a então candidata Dilma Rousseff (PT) chegou a prometer, em visitas a Santa Catarina, que a duplicação da BR-101 ficaria pronta até o fim de seu mandato. A obra, entretanto, pode se arrastar por mais tempo do que previu a presidente, porque alguns trechos ainda não têm nem o projeto executivo pronto. Segundo estudo técnico elaborado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o investimento deverá ser concluído apenas em 2015.

O estudo foi divulgado em janeiro deste ano. Agora, a equipe de engenharia contratada pela Fiesc já trabalha com uma atualização da situação das obras.

Segundo levantamento mais recente realizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), publicado em maio, a obra já consumiu R$ 1,4 bilhão – todo o projeto tem orçamento aproximado de R$ 1,9 bilhão. Os trechos mais problemáticos – a construção do túnel no Morro dos Cavalos, na cidade de Palhoça, da ponte da Cabeçuda, no município de Laguna, e o túnel do Morro do Formigão, em Tubarão – foram destacados e incluídos na chamada fase 2 da obra.

A fase 1 compreende uma extensão de 238,5 km entre a cidade de Palhoça, próxima de Florianópolis, e Passo de Torres, na divisa com o Rio Grande do Sul. Segundo o Dnit, há 184,5 km de estradas com a pavimentação concluída. Entre as obras de arte especiais, há 78 viadutos prontos e 17 em obras, além de 26 pontes concluídas e 2 em andamento.

Segundo o deputado federal Edinho Bez (PMDB), que lidera a Frente Parlamentar Catarinense e tem sido o interlocutor do Estado em Brasília nas discussões sobre o ritmo das obras, a duplicação da BR-101 se arrasta há pelo menos dez anos.

Segundo o parlamentar, a licitação já estava pronta no fim do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu, em 2002, houve a decisão de suspender uma série de processos de licitação, que estavam sob suspeita de irregularidades. No grupo, o projeto da BR-101 Sul. Um novo edital foi lançado e a obra começou, efetivamente, em 2005, cinco anos depois de o trecho norte da estrada ter sido concluído.

Pelo planejamento inicial, a obra deveria ficar pronta em até cinco anos. De acordo com Bez, as licitações foram aprovadas com orçamentos muito enxutos. Os consórcios de empresas vencedoras apostavam que conseguiriam aprovar aditivos para concluir as obras. Como resultado, as obras de alguns trechos foram abandonadas pelo caminho, porque as empresas alegavam dificuldades financeiras e impossibilidade de concluir as obras com os valores empenhados.

Entre os trechos mais críticos estão os lotes 29 – que liga Araranguá e Sombrio – e o lote 25, entre a praia da Itapirubá e Capivari de Baixo. Segundo estudo realizado pela Fiesc, as obras no trecho entre a Praia do Sul e a ponte sobre o rio Capivari tiveram um “desempenho sofrível” em 2010 e que, nesse ritmo, o trecho ficaria pronto no segundo semestre de 2012. O relatório do Dnit, de maio, incorporou a previsão para a segunda metade de 2012. Segundo o departamento, já foram investidos R$ 77,6 milhões nesta etapa da obra – ainda são necessários R$ 45, 6 milhões para a conclusão.

Para Bez, o lote 25 é o mais crítico. “É uma vergonha. As empresas não conseguiram executar a obra e foi preciso entrar em acordo para que a atual empreiteira aceitasse tocar a obra como estava”, conta.

Segundo o parlamentar, houve um acordo para que o Dnit enviasse relatórios mensais para que Santa Catarina pudesse acompanhar o andamento da obra. A entrega dos dois lotes remanescentes, na opinião do deputado, solucionaria 90% do problema. “Se não houver avanço, vamos ficar oito anos de mandato da Dilma sem conseguir a obra, assim como ficamos oito anos de governo Lula”, desabafa.

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