LOGÍSTICA – Dirigíveis para transporte de carga já é realidade e atrai empresas para expandir negócios

 

Aparelho abrem caminho para novo modal de transporte de carga em áreas remotas do país. BNDES já financiou projeto brasileiro em São Carlos/SP .

 

 12/11/2014
FONTE: Brasil Economico
Dirigível para transporte de carga

Dirigível para transporte de carga

Rio – O uso de dirigíveis no Brasil para transporte de carga em regiões remotas do país, como apoio no pré-sal e no monitoramento de áreas ambientais, além de na área de segurança pública, já ultrapassou a fase de estudos e começa a se tornar realidade. Projetos como estes são comuns em países como Canadá e Rússia, onde condições climáticas e topografia mais difícil tornam o uso deste tipo de transporte o mais viável em locais em que aviões, por menores que sejam, e barcos têm mais dificuldades ou não chegam.

Hoje, pelo menos três empresas estão trabalhando para que o Brasil venha a ter um parque fabril voltado para dirigíveis que atendam ao transporte de carga e também aos setores de segurança e meio ambiente. As versões feitas para a publicidade já têm diversos fabricantes por aqui, que desenvolvem modelos indoor e outdoor para grandes empresas em eventos e ações de marketing.

Um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que, mesmo com os riscos habituais e inerentes de um projeto inovador que tem padrões tecnológicos bem específicos, o uso de dirigíveis no Brasil como modal de transporte traria vantagens como a capacidade de transportar cargas de até 200 toneladas a um custo menor que o do transporte aéreo convencional e do rodoviário, por chegar a locais de difícil acesso sem a necessidade de uma infraestrutura pesada para que pudessem aterrissar, minimizando também os riscos ambientais. Eles ocupariam os que os técnicos do banco chamam de “vazios logísticos” e seriam um modal de nicho que não concorreria diretamente com os demais. A tecnologia que o mundo e o Brasil vislumbram como ideais para viabilizar estes modelos seria a LTA (mais leve que o ar).

O estudo lembra, ainda, que a utilização de dirigíveis no Brasil teve início com o transporte de passageiros (zepelins), prosseguiu com os blimps navais antissubmarinos na Segunda Guerra Mundial e chegou aos tempos recentes na forma de veículos de mídia para a publicidade. E que a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro empregou um blimp tripulado e equipado com diversos tipos de sensores pelo período de alguns meses no fim de 2002.

O apoio do banco a esse tipo de modal já foi corroborado, com o financiamento de R$ 100 milhões para a empresa Airship do Brasi, que está construindo uma fábrica em São Carlos (SP) para fabricar dirigíveis com capacidade de transportar até 200 toneladas de equipamentos e terá atuação nas regiões Norte e Nordeste. A empresa também recebeu apoio da agência de fomento Investe São Paulo. Um dos clientes é a Eletronorte, que usará os dirigíveis para transporte de equipamentos na região Norte do país.

“Outros dirigíveis de menor porte, que chamamos de aeróstato também, atuam em vigilância territorial, controle de linhas de transmissão de energia elétrica e na ampliação de sinais de comunicação, também em áreas remotas do país”, diz Guy Rocha, gerente administrativo da Airship.

Outra fabricante que está trabalhando com projetos de dirigíveis é a Munguba Soluções Ambientais, com sede em Manaus (AM). Segundo uma fonte do setor, a empresa decidiu usar modelos fabricados pela da alemã CargoLifter. A atuação da Munguba será na região Norte do país, também no transporte de equipamentos para empresas e em cargas de alto valor agregado.

Entre as estrangeiras de olho nesse mercado em nosso país está a russa RosAeroSystems. O foco é o abastecimento e transporte de equipamentos para as plataformas da área do pré-sal no país e, eventualmente, de pessoal, para as mesmas plataformas. A empresa já tem contratos no Canadá, na França e na própria Rússia.

A utilização de dirigíveis na publicidade já se consolidou no Brasil e algumas empresas estão há quase duas décadas trabalhando neste mercado, caso da Modelos Aeronáuticos, de São Paulo, que atende a clientes como Vivo, Nokia e Centauro, entre outras.

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