ECÔNOMIA – Cobrança de pedágio por eixo suspenso causa descontentamento antes de publicação de portaria

25/06/2013
Fonte: O Estado de S. Paulo

A cobrança do chamado eixo suspenso de todos os caminhões que cruzam as rodovias do Estado desagradou os empresários do ramo de transportes. O preço do frete pode aumentar e grupos de caminhoneiros autônomos devem fazer protestos contra a cobrança.

“Não acho justo cobrar pelo eixo suspenso quando o caminhão está vazio”, afirmou o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Manoel Souza Lima Júnior. “O impacto que o caminhão causa na rodovia quando está vazio é muito menor do que quando está cheio. Por isso dá para suspender um ou dois eixos. Por que pagar o mesmo valor de pedágio, então?”
Ao justificar a medida, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lembrou que a cobrança de todos os eixos já é adotada nas rodovias federais e em outros lugares do mundo. “No mundo inteiro você cobra pelo tamanho do caminhão. No nosso caso, é por eixo. Aqui, o caminhoneiro suspende o eixo e acaba não pagando.”
Lima Júnior, por sua vez, afirma que a maior parte das cargas circula por rodovias estaduais e o aumento no preço do frete é inevitável. “Vamos aguardar a publicação da portaria para conversar com o governador. Temos uma pauta de reivindicações que inclui a redução do pedágio. Não somos contra a tarifa, mas o pedágio em São Paulo é muito caro.”
O impacto dessa medida deve ser ainda maior para os caminhoneiros autônomos. Em geral, o pedágio da ida, quando o veículo está cheio, é pago por quem contratou o serviço. O pedágio da volta, quando a carreta está vazia, é de responsabilidade do próprio motorista. E é justamente o pedágio da volta que ficará mais caro com a cobrança do eixo suspenso.
Concessionárias. A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou, por meio de nota, que as empresas que administram as estradas não terão prejuízos com a suspensão do aumento da tarifa. “As medidas (anunciadas pelo governo do Estado) mantêm o valor da tarifa cobrada dos usuários desde julho de 2012, mas, ao mesmo tempo, garantem que as concessionárias de São Paulo não terão prejuízos financeiros nem operacionais.” A associação disse que a decisão não representa quebra de contrato, pois foi acompanhada de “medidas que preservam o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos.”

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