Gazeta Mercantil
Mercado aquecido, firme, com filas de espera até dias atrás, o setor de caminhões já sente os efeitos da crise americana. Uma das maiores operadoras rodoviárias do País, a Coopercarga, com sede em Concórdia (SC), adiou as compras de caminhões temporariamente.
“Tínhamos 80 caminhões negociados, mas com contrato ainda não fechado. Com o dinheiro escasso e mais caro, decidimos esperar os desdobramentos”, disse ontem à Gazeta Mercantil o presidente da Coopercarga, Dagnor Schneider.
A Zappellini, transportadora com previsão de faturar R$ 140 milhões neste ano, especializada em carga seca com sede em Lages (SC) também travou as compras, segundo o diretor da empresa, Gilberto Zappellini. “Tínhamos um saldo de 20 caminhões para receber e decidimos rever o negócio. Uma das causas para nossa decisão é o aumento no custo do dinheiro”, disse.
Segundo Dagnor Schneider, da Coopercarga, que reúne uma frota de 1,7 mil caminhões, o custo do dinheiro subiu tanto para compra de caminhões como para capital de giro. “Os bancos aumentaram as taxas. No capital de giro pagávamos CDI mais 0,12% e agora estão nos pedindo CDI mais 0,9%. Para nos defender estamos pedindo aos clientes que paguem os fretes com menor prazo”.
Eriodes Battistella, presidente da Assobrasc, associação que reúne os revendedores Scania, esteve ontem com a montadora para tratar das negociações para 2009. “Nosso número para o ano que vem por ora é de 9 mil caminhões, mil unidades a mais que venderemos em 2008. Sabemos que será difícil, mas ainda mantemos a previsão”;
Battistella disse que clientes estão adiando as compras neste momento. “Eles estão pedindo um tempo para definir os negócios. É natural que isso aconteça diante da indefinição da conjuntura e da elevação do custo do dinheiro.”
O presidente da Assobrasc disse que a entidade foi comunicada de um aumento de 7% no preço dos caminhões a partir do ano que vem. “Ponderamos junto à Scania que este percentual é elevado”, afirmou ele.
Se depender de Schneider, da Coopercarga, não haverá aumento. “Já pagamos reajuste de caminhão em 2008 por conta do aquecimento da demanda. Não temos mais como aceitar reajustes”, enfatizou.
Fonte: Gazeta Mercantil/Ariverson Feltrin | http://www.gazetamercantil.com.br/
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