HOJE é dia do CAMINHONEIRO

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Oficialmente, 30 de junho é o Dia do Caminhoneiro.

Muita gente, contudo, comemora em 25 de julho, Dia do Motorista. As datas comemorativas são valorizadas por este profissional, que passa muito tempo longe de casa, às vezes viajando semanas sem parar.

Eles transportam 60% da carga movimentada no país. Talvez por isso gostem de dizer:
“O caminhoneiro toca o Brasil pra frente”.

 

 

30/junho/11
Fonte:
O Estado do Paraná

Faça chuva ou sol, sempre na estrada

 

CURITIBA – Como acontece em todas datas comemorativas, seja Natal, Dia do Pais ou aniversários, grande parte dos caminhoneiros vai passar a data dedicada a eles, profissionais da boléia, longe de casa. Hoje, em todo o País, é comemorado o Dia do Caminhoneiro. Apesar de não ser unanimidade, já que muitos consideram o dia de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas, como o verdadeiro dia destes profissionais, a data consta em muitos calendários.

Ela foi criada como forma de homenagear os profissionais que passam a maior parte de suas vidas na estrada e que, ao menos no Brasil, são engrenagens fundamentais no sistema econômico. Como no Brasil grande parte do transporte de carga, especialmente a produção agrícola, é feita pelas rodovias, os caminhoneiros têm um papel fundamental na vida dos brasileiros.

Apesar dessa importância, a falta de reconhecimento mediante uma remuneração digna é uma das principais queixas dos profissionais das estradas. “O preço do frete está muito baixo e os dos pedágios muito altos. Não está fácil”, analisa o gaúcho Lauro Leal Pinto, que tem 26 anos de estrada. Outra queixa do caminhoneiro é a saudade da família, já que chega a ficar 50 dias longe de casa. “Volto para casa, fico dez dias e já tenho que sair de novo. Vejo meus filhos mais pelas fotos do que ao vivo”, diz o pai de seis herdeiros. Aliás, não é só o Dia do Caminhoneiro que o gaúcho vai passar na estrada. “Minha filha Laura faz sete anos nos próximos dias. Onde estiver, estarei pensando nela.” Apesar deste lado ruim, Lauro, que escolheu a profissão, diz que além de se sentir útil, gosta da possibilidade de fazer e estar sempre reencontrando os amigos. “Aqui em Curitiba, nesta viagem, acabei reencontrando um rapaz que ensinei a dirigir caminhão, há 10 anos.”

José Carlos Diniz, cujo porto seguro é Bauru, soma como aspecto positivo da profissão a possibilidade de conhecer várias culturas. “Conheço o Brasil inteiro, do sul ao nordeste, graças às viagens”, diz. Com quase 30 anos de boléia, dá para se ter uma idéia da bagagem cultural adquirida pelo caminhoneiro.

Para ele, o lado mais complicado, especialmente nos dias de hoje, é a questão da segurança. “Há muito roubo de carga e caminhão, o que não deixa a gente confiar muito nas pessoas.”

Improviso – Outro aspecto negativo no dia-a-dia dos desbravadores de estradas é a falta de conforto que eles encaram, tendo que dormir em camas improvisadas nas boléias e que tomar banho nos postos de gasolina. “Tem que escolher bem o posto onde se pára e nem sempre estamos perto de um bom”, diz José Carlos.

Para superar a falta de conforto e fazer da boléia um cantinho especial, já que os caminhoneiros passam boa parte do tempo longe de casa, existem alguns itens básicos, como cama atrás do banco, ventilador anexo ao painel e um bom rádio. Se possível, uma televisão portátil também é bem-vinda. “Além de passar o tempo, nos mantém atualizados”, explica Lauro.

Comemorações em Campo Largo – Os caminhoneiros que estiverem em Campo Largo hoje, dia especialmente dedicado a eles, vão ter a oportunidade de participar da terceira etapa da Gincana do Caminhoneiro, que acontece até domingo, no posto Gigantão. Promovida pela Revista Caminhoneiro, o evento tem seis etapas e a grande final, que valerá um caminhão avaliado em R$ 150 mil, acontece no dia 26 de novembro. O segundo e o terceiro lugares ganham um carro popular.

O organizador do evento, Orivaldo Quatrini, explica que a prova já acontece há 18 anos e consiste em uma prova amadora, de slalom, dedicada a motoristas profissionais. “Para participar, basta que o motorista confirme que é profissional e faça a inscrição gratuita no posto”, explica.

Durante os três dias, os inscritos terão que percorrer um trajeto demarcado por cones, enquanto cronometristas da Confederação Brasileira de Automobilismo marcarão o tempo de cada motorista. “Cada cone derrubado, significa a perda de cinco segundos. Por isso, todo cuidado é necessário.” Os três melhores da etapa de Campo Largo se classificam para a grande final, que terá 18 motoristas. Coincidentemente, os seis vencedores das duas primeiras etapas, realizadas em Canoas, no Rio Grande do Sul, e Montes Claros, em Minas Gerais, são paranaenses.

Programação – Além das provas de slalom, os três dias serão marcado por uma ampla programação. Em um auditório improvisado, acontecem palestras sobre direção defensiva, acidentes de trabalho e doenças sexualmente transmissíveis. Os interessados também poderão fazer test drive em novos modelos de caminhões e ver de perto as últimas novidades em pneus e produtos destinados ao público-alvo.

Frases nos pára-choques chamam atenção – Quando se fala em caminhão, não há como não lembrar das famosas frases pintadas nos pára-choques. O hábito é tão comum entre os profissionais da boléia que há até pintor especializado na arte de registrar as mensagens. Joaquim Pereira, o “Jotapê”, faz isso há mais de 25 anos.

Segundo ele, pintar mensagens nos pára-choques é um modo de os caminhoneiros personalizarem o próprio espaço. “No geral, ele escolhem frases já existentes com as quais se identificam ou criam as próprias frases”.

Na maioria das vezes, a saudade e o amor pela família é o tema, com muitos nomes de mulheres e crianças, enfeitados com corações. O amor é tão presente nas frases de pára-choques que já virou até trecho de música de Roberto Carlos. Na canção Caminhoneiro, ele fala da saudade da amada e diz “no volante eu penso nela, já pintei no pára-choque um coração e o nome dela”.

Segundo Jotapê, alguns usam o pára-choque para passar mensagens políticas. “Esses dias, pintei uma que dizia a mais pura verdade: “Sem caminhão, o Brasil pára”.”

A vida itinerante, que faz de muitos caminhoneiros os marinheiros das estradas, não deixa que muitos deles abandonem o romantismo e, porque não dizer, a malícia. As frase vão desde as singelas – “Viajo tranqüilo, para não deixar chorando quem me espera sorrindo” -, passam pelas com senso de humor inegável – como “80ação! 20ver!” -, às impublicáveis………

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