MERCADO – Volks mantém oferta por ações da Scania

20/03/2014
Fonte: Valor Econômico S.A.

Volks pretende  ter  90%  das  ações da  sueca Scania

VolkswagenManScania

A Volkswagen recusou-se a aumentar sua oferta de € 6,7 bilhões pelo restante da Scania que ainda não controla, criando um conflito com membros independentes do conselho de administração da fabricante sueca de caminhões que recomendaram aos acionistas que rejeitem a proposta.

A comissão independente do conselho da Scania disse que a proposta da Volks – que representa um ágio de cerca de 50% sobre o preço da ação da companhia sueca, que permanece inalterado – “não reflete o valor fundamental de longo prazo da Scania”.

Mas a Volks não quer mudar sua posição, classificando sua oferta de “muito atraente e um negócio muito equilibrado” que permitiria aos acionistas da Scania “obter o máximo valor que eles podem esperar de forma realista de seus investimentos”.

A Volks quer uma maior cooperação e o compartilhamento de peças entre a Scania – onde detém 89% das ações com direito a voto e 63% do capital total – e sua outra marca de caminhões, a MAN, numa tentativa para competir melhor com concorrentes como a Daimler e a Volvo. Se conseguir 90% do capital da Scania, ela poderá expulsar acionistas minoritários e remover restrições legais que complicam as operações da companhia no dia a dia.

A comissão independente da Scania, formada pelos cinco membros do conselho que não têm ligações com a Volks, afirma que a proposta “não reflete uma parcela justa das potenciais sinergias esperadas e recomenda aos acionistas da Scania que não vendam suas ações”.

Os acionistas da Scania estão divididos sobre a proposta. A Scania é vista como uma das joias da coroa da indústria sueca. Alguns acionistas vêm se mostrando contrários à oferta mas outros – incluindo a Swedish Shareholders Association, que há muito critica a conduta da Volks em relação à Scania – estão inclinados a aceitá-la como uma maneira de por um fim à situação atual, em que o grupo alemão controla a Scania mas nunca ofereceu um prêmio aos acionistas minoritários.

Alguns analistas que acompanham a Volks já classificaram a proposta do grupo alemão como generosa demais, uma vez que a maior parte das sinergias de € 650 milhões prometidas só será alcançada depois de uma década.

Isso torna o aumento da oferta inaceitável para a Volks, que tem até dia 25 de abril para convencer um número suficiente de acionistas, ou desistir da proposta. A oferta também preocupa sindicalistas e investidores, que temem demissões na Suécia.

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